Nos últimos meses, vimos o grande avanço das redes
4G no cenário brasileiro.
Prometendo mais velocidade e desempenho mais estável para os
consumidores, o novo padrão de redes móveis já está disponível em
algumas capitais, mas ainda pode demorar um pouco até que ele esteja
presente em todo o país.
Mas você já parou para pensar em como é o funcionamento dessas redes?
Quais os motivos para que elas sejam mais eficientes do que as atuais
3G? Nós fomos atrás das respostas e preparamos este artigo para você.
Mas antes de falar sobre as questões práticas, vamos analisar algumas
diferenças básicas na estrutura de distribuição do sinal.
Infraestrutura das redes 4G
Boa parte da estrutura das novas redes instaladas no país é
similar à utilizada pela geração anterior
de redes móveis — e é possível que alguns dos equipamentos estejam
sendo utilizados para as transmissões dos dois padrões, uma vez que as
diferenças efetivas estão apenas na última etapa. O sinal chega para as
operadoras por cabos de fibra óptica oriundos dos grandes backbones.
Depois disso, ele é enviado também por cabo até centrais de
distribuição. Para ser levado às antenas, ele passa por grandes
roteadores e switches de alto desempenho. Ainda por fibra óptica, o
sinal é direcionado até as antenas e é nesse momento que ocorre a grande
diferenciação dos padrões.
(Fonte da imagem:
Reprodução/Gemind)
A grande maioria das antenas 3G são redistribuidoras. Ou seja, elas
recebem o sinal de uma antena principal e então compartilham a
frequência com os usuários que estiverem ao alcance — em celulares,
tablets ou computadores. Ao mesmo tempo, as antenas 4G são
distribuidoras. Isso significa que elas recebem o sinal por cabo de
fibra óptica e então enviam os espectros para os consumidores.
Precisamos lembrar que existem diferenças nos equipamentos utilizados
nessas antenas. Não somente a frequência é diferente da utilizada pelas
redes 3G, mas também os métodos de empacotamento dos dados.
Como os
controladores e compressores são mais avançados, eles podem fazer com
que o sinal seja enviado com mais facilidade e rapidez, além de absorver
maior quantidade de informações.
Distribuição inteligente
Os sistemas de distribuição também são mais inteligentes. Roteadores
são programados para que os fluxos de dados sejam desafogados
automaticamente. Isso significa que as redes conseguem identificar
momentos de tráfego intenso de dados e se reorganizam para que não
exista sobrecarga e queda de sistemas.
“Velocidade é o que queremos”
Quando falamos sobre velocidade teórica, podemos chegar a diferenças
gritantes entre as tecnologias 3G e 4G. Enquanto o padrão mais antigo
chega no máximo aos 21 Mbps (nas redes mais avançadas 3G Plus), o mais
moderno pode ficar entre os 50 Mbps e os 1.000 Mbps. E o tempo de
resposta também melhora, caindo de 50 milissegundos para a faixa de 20 a
40 milissegundos.
(Fonte da imagem:
Reprodução/Wikimedia Commons)
Como dissemos anteriormente, o que realmente faz com que a velocidade
seja maior está nas grandes centrais de distribuição do sinal 4G. O
empacotamento dos dados que serão enviados para os consumidores é muito
mais eficiente, e isso acontece graças aos roteadores e outros
equipamentos, muito mais potentes do que os utilizados pelas gerações
anteriores de aparelhos.
O espectro de frequência importa?
Todas as redes 3G brasileiras operam na faixa de frequência de 1,9
GHz, sendo que a 4G funciona na faixa de 2,5 GHz. Isso influencia
diretamente nos resultados alcançados? Sim e não. “Sim”, pois
frequências maiores significam menor alcance — e isso exige que existam
mais antenas para a distribuição do sinal, o que faz com que os resultados sejam melhores.
E quanto ao “Não”? Também é preciso dizer que isso não influencia
diretamente na velocidade. O grande trunfo está mesmo nos equipamentos
utilizados pelas redes 4G, pois são eles os responsáveis pela maior
eficiência no empacotamento dos dados — o que trará altas velocidades na
transmissão como principal consequência.
Outras frequências somente em alguns anos
Há vários países que utilizam a frequência de 700 MHz em suas redes
de conexões móveis da quarta geração. Isso pode ocorrer também no Brasil
em alguns anos, mas somente quando essa banda for liberada pelos canais
de TV analógica, que deixará de operar no Brasil — o que deve ocorrer
entre os anos de 2016 e 2018.
…..
São essas as razões para que as conexões 4G consigam velocidades e
estabilidade mais interessantes do que os padrões oferecidos pelas redes
3G. Aos poucos o Brasil vai ganhando maior acesso à tecnologia e isso
deve refletir em ainda mais investimentos das operadoras. Você já
experimentou as redes 4G? O que acha delas?